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Entre o trânsito intenso, a falta de estacionamento, a chuva e a lei seca, cada vez mais os cariocas passam a depender do táxi para seus deslocamentos pela cidade. A recente profusão de cooperativas, que atendem por telefone ou pela Internet, bem como de pontos organizados, facilitou o acesso aos passageiros, sobretudo os de localidades mais remotas. Mas nem tudo são flores para o candidato a passageiro de táxi, e há muitas lições a tirar da experiência de outros países.
Uma das grandes dificuldades do passageiro está em verificar se o táxi que se aproxima está ou não livre. O uso indiscriminado de filmes escuros nos vidros (que prejudicam perigosamente a visibilidade, sem oferecer nenhuma segurança adicional) impede o passageiro de ver o interior do veículo. O descaso dos motoristas, que não apagam o letreiro luminoso do teto quando estão ocupados ou decidiram parar de trabalhar, nos força a sinalizar para todos os táxis que se aproximam. Que canseira!
Na foto o letreiro dos táxis alemães, muito visível e somente aceso quando o carro está livre.
A falta de padronização dos veículos transforma a escolha do táxi num exercício de sorte e resignação. Passageiros pernaltas, como eu, sonham com o dia em que o Poder Público fará a opção por um carro fabricado com o propósito específico de ser táxi, como ocorre no Reino Unido. É claro que a suspensão terá que ser adaptada às nossas crateras…
O espaçoso e seguro London Cab, como tudo já copiado na China, transporta com conforto quatro passageiros (inclusive com cadeira de rodas), além de um volume razoável de bagagem, tem portas largas e teto alto, a cabine do motorista é separada da dos passageiros, é inconfundível nas ruas e projetado de modo a minimizar lesões em caso de atropelamento. O jogo de direção permite retornar em espaço muito pequeno, facilidade incorporada em 1834, para permitir-lhes o acesso à estreita porte-cochère do Hotel Savoy, no elegante West End de Londres, na única rua londrina com mão de direção à direita.
Genial a solução dos suíços para a posição do taxímetro. Nada de esconder no painel, atrás do encosto do banco da frente. As informações são projetadas de forma muito viva no espelho retrovisor central, visível de todo o interior do veículo.
Quando há separação de cabines, como na Inglaterra, o taxímetro fica junto ao vidro separador, com mostradores separados para os passageiros e o motorista.
Tendência que começa a chegar ao Rio, as frotas são equipadas com sistema de GPS, que mostra à central a posição exata de cada carro disponível, impedindo a deplorável escolha pelos motoristas das corridas mais lucrativas, em detrimento dos passageiros com destinos próximos. O sistema permite ainda a transmissão dos chamados por mensagem de texto, sem a necessidade de utilizar os barulhentos rádios ou celulares, de resto proibidos ao volante.
Tecnologia e sofisticação à parte, restam aos usuários dos táxis cariocas dois grandes problemas.
A depuração dos motoristas, eliminando os ineptos e os rotineiramente desonestos, é essencial para que se chegue a um serviço de qualidade compatível com as olímpicas aspirações do Rio de Janeiro a relevante destino turístico mundial.
Mas falta também que o Poder Público, em lugar de perseguir – oficial e oficiosamente – os taxistas, com saraivadas de vistorias e multas de fundamento confuso e custo incompatível com seus rendimentos, cujo único propósito é arrecadar, os informe de forma clara e incontroversa o que podem ou não fazer, onde podem ou não pegar passageiros, as regras do jogo enfim. A receita de multas vai cair, mas o serviço certamente vai melhorar.